Qual o risco que corro fazendo isso? Talvez muitos. Ou nenhum. Eu mesma não sei. Fico confusa, aliás, eu quase nunca estou certa dos meus deveres. Compreendo meus sentimentos. O que já me satisfaz. Não por completa. Porque sou muito exigente.
Isso me deixa nervosa, até ansiosa. O que sou por natureza. Sinto-me provocada a fazer isso. Uma provocação um tanto sedutora. Que me envolve, me pega pelacintura e me prende pelas pernas.
Ainda não sei se está certo. E desconfio que meus riscos sejam grandes. Mas estou presa pelas pernas. E agora vejo: há uma luz no fim do túnel, não uma luz branca incandescente, mas um azul brilhante. Sei que conheço esse azul.
Agora percebo. Meus riscos são grandes. Tenho medo do azul no fim do túnel. Imagino que seja o mar: não posso nadar. Poderá ser o céu: não consigo voar. Não gostaria que estivesse no fim. Mas já estou seduzida.
Seduzida. Envolvida pela cintura e presa pelas pernas. Já não me preocupa minhas incapacidades de nadar ou voar. Vou me jogar. Morrerei afogada nesse mar. E, de tão leve, flutuarei nesse céu.
Sinto. Esse azul tem vida. Resta saber se ele vive
Em mim, ou no fim
aonde não quero chegar.
15/12/2013
Sempre achei que poesia fosse uma espécie de texto-poema pela metade. Coisa que não necessita de meias-voltas e explicações. Ela termina no meio já dado como fim. E te arrebenta. Por ser tão violenta como uma tempestade, que chega sem avisar e passa levando tudo, deixando apenas os estragos para que você possa lembrar que a força não está no tempo, mas na intensidade com que passa.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Quando nasci um anjo preguiçoso
desses que não fazem nada
disse: Vai, Mirelly! ser prosa na vida.
Até aceitei vir a esta vida,
mas de tão teimosa e pirracenta
disse: Vou! se for pra ser poesia.
Na poesia ardo, queimo
relampejo, sou tempestiva e
calmaria.
- Se não for prosa, não vai.
Pois bem, vim prosa. E assim fiquei sendo
metade prosa
o resto poesia.
desses que não fazem nada
disse: Vai, Mirelly! ser prosa na vida.
Até aceitei vir a esta vida,
mas de tão teimosa e pirracenta
disse: Vou! se for pra ser poesia.
Na poesia ardo, queimo
relampejo, sou tempestiva e
calmaria.
- Se não for prosa, não vai.
Pois bem, vim prosa. E assim fiquei sendo
metade prosa
o resto poesia.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
A maneira como me encarava
disfarçadamente
E o jeito disfarçado
quando me olhava
de canto
ainda me lembro dos seus olhos me fitando.
disfarçadamente
E o jeito disfarçado
quando me olhava
de canto
ainda me lembro dos seus olhos me fitando.
Agosto. Muito vento.
vem paixão sobe calor
passa você e o seu amor.
Setembro. Ainda me lembro
os ipês seu apê
a orquídea roxa.
despetalou-me.
vem paixão sobe calor
passa você e o seu amor.
Setembro. Ainda me lembro
os ipês seu apê
a orquídea roxa.
despetalou-me.
domingo, 10 de novembro de 2013
Acho que agora entendo a paixão de Bentinho pelos olhos de Capitu.
Quando olho em seus olhos é como se as ondas me envolvessem e me levassem para dentro do mar. E depois, na ressaca, cuspi-me para fora.
Seus olhos é o mar que me afoga.
Quando olho em seus olhos é como se as ondas me envolvessem e me levassem para dentro do mar. E depois, na ressaca, cuspi-me para fora.
Seus olhos é o mar que me afoga.
Olá, minha flor do sertão das gerais. Como vai? A pé? A galope? Como pluma ao vento?
Eu não vou. Não sei, talvez esteja indo, mas ainda não sei como. É como se estive em um túnel escuro e não conseguisse enxergar a luz.
Te liguei mais cedo, mas só para variar, você não atendeu. Isso não me surpreende mais. Nem me preocupa também. Sei que falei com você ao telefone ontem, mas era diferente. Precisava prosear, porque estava tomando café, e como você mesma me ensinou, café é bão mesmo com prosa.
Hoje minha necessidade era outra. Precisava conversar. Falar das coisas que me afligem, que me entristece a alma. Estou triste sim. Uma tristeza profunda. Uma angústia no peito, vontade de fugir. Fugir de mim mesma. Preciso tirar férias de mim. Acho que é isso.
Ontem a noite chegou trazendo um nevoeiro de lembranças. Estava toda saudosa e eu muito deprimida, encolhida na minha solidão deixei que ela entrasse e juntas nos sentamos e ficamos a espera dos raios do sol. E agora aqui estou. Ainda com todas as lembranças que a noite me trouxe e cheia de saudade.
Lembrei-me de você e do Rubem, que sempre falam da saudade como algo lindo. E com vocês aprendi a ver sua beleza. Coisa mais engraçada é que quando estamos envolvidos por ela só nos lembramos das coisas boas, dos bons momentos. A saudade, como diz Rubem Alves, põe Encanto nas pessoas.
Começo a imaginar que minha menina, o meu pássaro, está ficando mais Encantado. É assim que funciona, não é?
Mas como dói. Como dói.
Mas saudade enquanto na distância entre duas cidades, dois países, dois continentes, é menos dolorida. A gente sabe que vai voltar, e que vamos nos ver, e contaremos as histórias, e iremos nos despedir novamente e fazer tudo de novo. E as despedidas serão sempre tristes e as chegadas, tão esperadas, sempre alegres.
O que dói de verdade é quando sentimos saudade da pessoa que está ao nosso lado, que vemos todos os dias, que cumprimentamos, agora, secamente. Aquela pessoa que já foi sua confidente, que sabe dos seus segredos mais secretos, dos seus desejos mais perigosos, dos seus sonhos mais misteriosos.
Essa saudade não tem quem cure.
Eu não vou. Não sei, talvez esteja indo, mas ainda não sei como. É como se estive em um túnel escuro e não conseguisse enxergar a luz.
Te liguei mais cedo, mas só para variar, você não atendeu. Isso não me surpreende mais. Nem me preocupa também. Sei que falei com você ao telefone ontem, mas era diferente. Precisava prosear, porque estava tomando café, e como você mesma me ensinou, café é bão mesmo com prosa.
Hoje minha necessidade era outra. Precisava conversar. Falar das coisas que me afligem, que me entristece a alma. Estou triste sim. Uma tristeza profunda. Uma angústia no peito, vontade de fugir. Fugir de mim mesma. Preciso tirar férias de mim. Acho que é isso.
Ontem a noite chegou trazendo um nevoeiro de lembranças. Estava toda saudosa e eu muito deprimida, encolhida na minha solidão deixei que ela entrasse e juntas nos sentamos e ficamos a espera dos raios do sol. E agora aqui estou. Ainda com todas as lembranças que a noite me trouxe e cheia de saudade.
Lembrei-me de você e do Rubem, que sempre falam da saudade como algo lindo. E com vocês aprendi a ver sua beleza. Coisa mais engraçada é que quando estamos envolvidos por ela só nos lembramos das coisas boas, dos bons momentos. A saudade, como diz Rubem Alves, põe Encanto nas pessoas.
Começo a imaginar que minha menina, o meu pássaro, está ficando mais Encantado. É assim que funciona, não é?
Mas como dói. Como dói.
Mas saudade enquanto na distância entre duas cidades, dois países, dois continentes, é menos dolorida. A gente sabe que vai voltar, e que vamos nos ver, e contaremos as histórias, e iremos nos despedir novamente e fazer tudo de novo. E as despedidas serão sempre tristes e as chegadas, tão esperadas, sempre alegres.
O que dói de verdade é quando sentimos saudade da pessoa que está ao nosso lado, que vemos todos os dias, que cumprimentamos, agora, secamente. Aquela pessoa que já foi sua confidente, que sabe dos seus segredos mais secretos, dos seus desejos mais perigosos, dos seus sonhos mais misteriosos.
Essa saudade não tem quem cure.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Escrever cartas é a melhor maneira de ter um diário.
Diariamente escrevo-lhe cartas.
Nem sempre tu as recebes
mas escrevo-lhe diariamente todos os pensamentos que me tomam,
todos os desejos que me invadem.
Todo azul que me afoga
nessa distância.
Diariamente escrevo-lhe cartas.
Nem sempre tu as recebes
mas escrevo-lhe diariamente todos os pensamentos que me tomam,
todos os desejos que me invadem.
Todo azul que me afoga
nessa distância.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
O trânsito parou hoje para te ver passar.
Ou será que foi meu coração que parou?
-Foi o trânsito dentro de mim que congestionou
quando viu seus olhos passando tão distantes dos meus.
Ou será que foi meu coração que parou?
-Foi o trânsito dentro de mim que congestionou
quando viu seus olhos passando tão distantes dos meus.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Até
que eu queria escrever algo gracioso agora. Pensei, pensei, pensei... Busquei
ideias em alguns livros. Tentei achar algo que pudesse descrever por si o que
eu quero descrever de mim – o que acontecem muito. Mas... Bom é claro que
encontrei, porque sabia exatamente onde encontrar então a busca até que não foi
tão difícil. Da Ana: “Aqui troco de mão e começo a ordenar o caos”. Do Paulo:
“não cometo um erro apenas uma vez/ cometo logo cinco seis [...]”. Do João
(clássica): “Viver é uma aventura muito perigosa”.
E não é que é?
Sei lá porque a Ana resolveu trocar de mão para por ordem no caos. Eu troco porque que é para ver se com a canhota tenho mais habilidade. A destra já tá gasta demais, a razão tá falhando muito. Concordo com o Paulo, camarada, porque quem é que nunca cometeu o mesmo erro e depois ficou se lamentando que poderia ter feito diferente? E quem é que nunca se arrependeu de alguma coisa que não fez com medo de não dar certo? Agora o João é sábio. Não há aventura mais perigosa nesse mundo que a vida. Quer montanha russa melhor que os altos e baixos das nossas vidas? Difícil, hein?!
O problema muitas vezes é que quando chegamos ao alto, no pique da montanha, não conseguimos manter a estabilidade por muito tempo. É aí que despencamos. Mas não caímos, não. É só para “botar” adrenalina no coração. Às vezes a descida vai quase ao chão, e é super veloz. Outras vezes ela só desce um pouco para dar impulso na subida. A diferença é que na montanha de verdade conseguimos ver cada subida e descida, cada curva que ela vai fazer. Na vida, não. A gente dá um passo achando que será firme o terreno e quando vemos já despencamos.
É como o João diz: “a vida esquenta daí esfria, aperta daí afrouxa, sossega e desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Coragem para arriscar e coragem para aguentar as consequências. Mas uma coisa que eu digo: não adianta olhar para trás e se arrepender. O que está no passado tem seus motivos para estar lá.
Então, ao invés de trocar de mão, vou trocar os passos para andar nesse caos perigoso da minha vida. Errando, errando muito para ver se um dia acerto ou para esse erro aprender de vez que quem sabe dele sou.
E
se julgar pela minha idade, terei que concordar com meu amigo Paulo mais uma
vez: “Quando eu tiver setenta anos/ então vai acabar esta adolescência [...]
Então ver tudo em sã consciência/ quando acabar esta adolescência.”
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Paro por alguns segundos... Respiro.
Respiro fundo...
coração palpita.
Você passa:
cabelos negros
o céu em seus olhos - brilha
irradia a passagem
um sorriso discreto
no canto da boca
lábios vermelhos
Meu coração por alguns segundos para
Suspiro.
Você passa
e nem nota
a onda que cai.
Respiro fundo...
coração palpita.
Você passa:
cabelos negros
o céu em seus olhos - brilha
irradia a passagem
um sorriso discreto
no canto da boca
lábios vermelhos
Meu coração por alguns segundos para
Suspiro.
Você passa
e nem nota
a onda que cai.
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
e no invento
nada invento:
recrio
não copio!
reinvento.
da criação
feita:
refaço.
pego o conto
e aumento meu ponto
.
nada invento:
recrio
não copio!
reinvento.
da criação
feita:
refaço.
pego o conto
e aumento meu ponto
.
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Aos 16 já queria desistir
questionadora, inquietante
ninguém respondeu sou locura
ninguém soube decifrar-te
não houve tempo!
foi rápido, relâmpago
a folha branca fez-te vários convites
a janela: um
Fostes. Partiu.
a loura donzela, Ana Cristina,
foi um fenômeno mor
num lapso sutil de três décadas
questionadora, inquietante
ninguém respondeu sou locura
ninguém soube decifrar-te
não houve tempo!
foi rápido, relâmpago
a folha branca fez-te vários convites
a janela: um
Fostes. Partiu.
a loura donzela, Ana Cristina,
foi um fenômeno mor
num lapso sutil de três décadas
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Desconstruída. Assim que me sinto
ultimamente: desconstruída.
Todas as minhas crenças e
ideologias se desfizeram e se amontoaram num canto qualquer me esperando.
Me esperando escolher com quais
devo continuar e quais deixarei pelo caminho. É que percebi, que para continuar
minha travessia era preciso esvaziar um pouco a mochila. Tirar um pouco do convencionalismo,
jogar fora alguns rótulos (ou todos) que já não servem para nada.
É preciso aliviar a carga, senão
o burro empaca.
Mas como é difícil se livrar
dessa bagagem. Tudo aqui tem um pouquinho de mim. Tudo isso que levei anos
juntando, guardando, que me fizeram ser o que sou. Agora preciso escolher o que
levar e o que deixar.
Eu queria deixar a insegurança, o
medo, o orgulho, parte da rebeldia – porque essa até gosto um cadinho.
Para levar eu queria a coragem, a
firmeza, a auto-estima (porque essa é fundamental). Amor?! Esse eu ainda
pretendo encontrar. Não sei onde foi que ele se meteu.
A felicidade me acompanha. Por
vezes se cansa e eu sigo sozinha. Aí ela se ajeita, pega carona e logo mais na
frente a gente se encontra de novo. É assim que a gente faz.
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Sempre achei que poesia fosse uma espécie de texto-poema pela metade.
Coisa que não necessita de meias-voltas e explicações.
Ela termina no meio já dado como fim. E te arrebenta. Por ser tão violenta como uma tempestade, que chega sem avisar e passa levando tudo, deixando apenas os estragos para que você possa lembrar que a força não está no tempo, mas na intensidade com que passa.
Coisa que não necessita de meias-voltas e explicações.
Ela termina no meio já dado como fim. E te arrebenta. Por ser tão violenta como uma tempestade, que chega sem avisar e passa levando tudo, deixando apenas os estragos para que você possa lembrar que a força não está no tempo, mas na intensidade com que passa.
Há tanta coisa presa em mim. Tanta coisa torpe e tanta coisa linda. Tanta coisa sua. Tanto seu em mim.
Há tanta coisa solta em nós. Tanta coisa nós e tanto desatar. Tanta coisa nossa.
Tanto querer.
Já nem sei mais se sou sem você. Não sei mais se sou.
Não me lembro de ter sido antes de você. Não lembro mais de mim.
Não me reconheço sem você. Não me reconheço em mim.
Há tanta coisa solta em nós. Tanta coisa nós e tanto desatar. Tanta coisa nossa.
Tanto querer.
Já nem sei mais se sou sem você. Não sei mais se sou.
Não me lembro de ter sido antes de você. Não lembro mais de mim.
Não me reconheço sem você. Não me reconheço em mim.
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
É tão difícil suportar
a facilidade que você tem em me ignorar.
É tão difícil ignorar
a sua dificuldade em me suportar.
É tão insuportável
te ignorar.
O
que era passou
Correu
Fugiu
Veio
maneiro e pesou
Furou
Vazou
A
c b
a o
u
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Eu sou apta de escrever cartas, e adoro fazer isso. Mas hoje
já é meio fora moda e passamos, ao invés de escrever cartas, escrever e-mails. É
até mais rápido ou prático. Não importa. O importante mesmo é prazer que tenho
ao escrever para alguém. A maioria dos meus textinhos são recortes de algumas
cartas-e-mails que envie. O curioso nisso é que a pessoa para qual eu escrevo
nunca me responde. Nunca. Muitas vezes é desconfortante. Falo, falo, falo de
mim, das coisas que estão acontecendo, do que me aflige, do que me alegra. E não
tenho nenhum retorno. Nem um: - “Não fica assim. Vai passar. Vai dar tudo
certo.” Ou então: “Nossa! Que bacana. Parabéns!”. Não. Nada disso.
Pode até ser estratégia. Sei lá. Só sei que isso me faz
repensar nas coisas que falei. Porque eu posso não ser respondido por ter
falado demais, ou de menos. Posso não ter escrito algo que deveria escrever, ou
o contrário. Posso ter me empolgado e não precisava tanta empolgação. Ai! Não
sei. Sei que poderia ao menos dar um sinal de vida ou de fumaça.
Enfim, hoje não estava muita afim de recortar a carta-e-mail
então dei uma breve explicação para que
possa ser entendido melhor.
Segue a carta:
Oi, minha linda flor do jardim de Monet!
Como tu estás? como estás tu?
Olha, eu estou nem sei como. De um jeito estranho. Bem eu, sabe? Essa coisa de não ter controle dos sentimentos é tão estranho. Não estranho, mas complicado. Nunca sabemos se estaremos como o mesmo sentimento o dia todo. Às vezes, acordamos tão bem, tão dispostos, e, de repente acontece algo, ou recebemos algumanotícia que não esperávamos e coisa e tal e tal e coisa, para tudo mudar. Não é legal. Não gosto. Definitivamente. Por exemplo, agora eu estou "sei lá" da vida. Você entende o que eu quero dizer, não entende? Todo mundo tem o seu dia, ou o seu momento "sei lá". Você não sabe se está feliz ou triste, alegre ou desalagre, com raiva ou amorosa, saudosa. Você simplesmente está. E ponto. Não há definição. Talvez devêssemos sentimentalizar o "sei lá". Por exemplo, quando alguém sente algo por outra pessoa, mas não sabe o que realmente sente. Diria a essa pessoa: sinto "sei lá" por você. Ele não ama, mas também não desama. Simplesmente não sabe o que sente em relação ao outro. Então ele sente "sei lá". Adorei minha ideia. Vou patenteá-la. Nós temos sentimentos ''sei lá''. Não é só no Brasil, eu acho, que temos o sentimento de SAUDADE?! Então "bora" criar mais um. Quem diz que não pode? O Governo? a Polícia? A Gramática? Ai, ai... não tenho medo deles. Já disse uma vez e repito: Sou mais corajosa que heroína de romance policial.
Pois bem, hoje sinto sei lá, em relação a vida. A minha vida. Mas por você ainda sinto CARIDADE. Caridade não seria uma mistura de Carinho com Amizade?! Não? Mas combina. Eu queria que fosse assim. Queria fazer como o pássaro do Manuel de Barros que enxergava as coisas todas inominadas. Seria muito mais gostoso. Gostaria mesmo de poder criar nome para as coisas, porque eu não enxergo o mundo da mesma maneira que você, a gente pode até concordar em alguns pontos, mas nada mais que isso. Pode ser que vejo o mundo colorido, ou todo unicolor. E alguém não enxergar nada. Só escuridão.
Como tu estás? como estás tu?
Olha, eu estou nem sei como. De um jeito estranho. Bem eu, sabe? Essa coisa de não ter controle dos sentimentos é tão estranho. Não estranho, mas complicado. Nunca sabemos se estaremos como o mesmo sentimento o dia todo. Às vezes, acordamos tão bem, tão dispostos, e, de repente acontece algo, ou recebemos algumanotícia que não esperávamos e coisa e tal e tal e coisa, para tudo mudar. Não é legal. Não gosto. Definitivamente. Por exemplo, agora eu estou "sei lá" da vida. Você entende o que eu quero dizer, não entende? Todo mundo tem o seu dia, ou o seu momento "sei lá". Você não sabe se está feliz ou triste, alegre ou desalagre, com raiva ou amorosa, saudosa. Você simplesmente está. E ponto. Não há definição. Talvez devêssemos sentimentalizar o "sei lá". Por exemplo, quando alguém sente algo por outra pessoa, mas não sabe o que realmente sente. Diria a essa pessoa: sinto "sei lá" por você. Ele não ama, mas também não desama. Simplesmente não sabe o que sente em relação ao outro. Então ele sente "sei lá". Adorei minha ideia. Vou patenteá-la. Nós temos sentimentos ''sei lá''. Não é só no Brasil, eu acho, que temos o sentimento de SAUDADE?! Então "bora" criar mais um. Quem diz que não pode? O Governo? a Polícia? A Gramática? Ai, ai... não tenho medo deles. Já disse uma vez e repito: Sou mais corajosa que heroína de romance policial.
Pois bem, hoje sinto sei lá, em relação a vida. A minha vida. Mas por você ainda sinto CARIDADE. Caridade não seria uma mistura de Carinho com Amizade?! Não? Mas combina. Eu queria que fosse assim. Queria fazer como o pássaro do Manuel de Barros que enxergava as coisas todas inominadas. Seria muito mais gostoso. Gostaria mesmo de poder criar nome para as coisas, porque eu não enxergo o mundo da mesma maneira que você, a gente pode até concordar em alguns pontos, mas nada mais que isso. Pode ser que vejo o mundo colorido, ou todo unicolor. E alguém não enxergar nada. Só escuridão.
Caridade s.f.: 1. Virtude teologal
que conduz ao amor a Deus e ao nosso semelhante. 2 p.met. ato pelo qual se
beneficia o próximo, esp. os pobres e desprotegidos. (HOUAISS, 2009).
Olha que nem estou tão errada assim quando digo que caridade é
a mistura de Carinho com Amizade. Se sou seu amigo logo te ajudarei, apoiarei,
conduzirei amor a você por ser meu semelhante, portanto serei carinhoso com você
(é o que se espera). Mesmo que não seja aceita minha idéia e discorde , não me
importo.
Mas vou deixar de prosa porque meu arroz cheirou queimado.
Beijos
E até mais.
Mirelly – Sua amiga quase poeta
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Vontade de tomar um café prosado
e te ler poesias
te fazer companhia
segurar tua mão
te roubar um abraço
Saudade da rotina passageira
dos seus olhos
que me fitavam, me encaravam
que me coravam a face
saudade do seu sorriso sincero
e toda sua alegria
e toda aquela magia
toda sintonia
Vontade de tomar seu café quente
te ter presente
um beijo ardente
"Eu poderia permanecer assim, só te olhando, sem dizer uma só palavra. Para sempre! E sim, eu seria feliz desse jeito."
e te ler poesias
te fazer companhia
segurar tua mão
te roubar um abraço
Saudade da rotina passageira
dos seus olhos
que me fitavam, me encaravam
que me coravam a face
saudade do seu sorriso sincero
e toda sua alegria
e toda aquela magia
toda sintonia
Vontade de tomar seu café quente
te ter presente
um beijo ardente
"Eu poderia permanecer assim, só te olhando, sem dizer uma só palavra. Para sempre! E sim, eu seria feliz desse jeito."
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Oi,
coração
Tudo bem com você?
Mesmo??
Não posso acreditar...
Não sei. É que ultimamente você tem andado meio estranho. Agido
diferente, sabe? Meio agitado, acelerado. Confuso.
Às vezes você diz uma coisa, faz outra... se rio, você chora...
E, agora diz que está tudo bem? É difícil de acreditar, né?!
Acho que o seu amigo lá do andar de cima não está te ajudando
muito. Também, pudera. Não sei como conseguem ser amigos se vivem disputando a
atenção da razão.
E essa não sabe o que faz nessa briguinha de vocês. Coisa boba.
Só que você também provoca né, coração?! Insiste, insiste...e
vira e mexe a razão te dá uma colher de chá.
Aí, seu amigo lá de cima fica choramingando na minha cabeça,
dizendo que a razão às vezes é mais boba que a emoção por te dar ouvidos. Eu o
aconselho a ‘dar uns pega’ na emoção. Mas como?! Ele é encantado pela razão,
com aquela voz, aquelas palavras fortes, firmes, sábias... toda trabalhada na
elegância.
O que é que a emoção pode oferecer se vive acompanhada da
loucura? E essa nem preciso comentar.
Você diz aí, coração, que é tão forte quanto seu amigo lá de
cima, que aguenta os “baque”. Mas você é mais sensível que pensa.
A emoção está certa quando diz que você a pertence. Vocês são
tão lindinhos juntos...tão românticos. Poesia.
Não deixe a razão estragar isso que você tem com a emoção. Não
vale a pena brigar tanto com seu amigo lá de cima por isso.
Não traia seu amigo, coração. E mais que isso: não traia a
emoção com a razão.
Conselhos
de uma amiga que não aguenta mais essa discussão.
.terça-feira, 17 de setembro de 2013
E tudo desabou
Cabum!
no chão
despedaçou
essa dor me corroe
me consome
me come
A janela está aberta
faz o convite
Cabum!
despedaço
no chão
Cabum!
no chão
despedaçou
essa dor me corroe
me consome
me come
A janela está aberta
faz o convite
Cabum!
despedaço
no chão
Renego seu amor
Renego sua paixão
Renego essa loucura
essa solidão: - eu nego
esse sofrimento: - eu nego
esse sentimento torpe, indecente,
quente
esse desejo infame
Brame! que não vou te dar.
Renego sua paixão
Renego essa loucura
essa solidão: - eu nego
esse sofrimento: - eu nego
esse sentimento torpe, indecente,
quente
esse desejo infame
Brame! que não vou te dar.
A alegria despediu-se de mim como um pai que se despede de sua família.
A família entristece no início, mas logo volta à rotina e a ausência do pai já não incomoda .
Sabe-se, ali, que falta alguma Coisa
coisa essa que a presença do pai nunca conseguiu alcançar.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Há uma hora no dia
no dia aquela hora
aquela hora do dia
a senhora hora do dia
o gato mia:
miau...
Tentei fugir
sabendo que seria em vão
e
foi nessa tentativa de fugir que
me perdi de vez.
- ou teria eu me encontrado?
Oh, não! me perdi...
me perdi de vez
em você
sabendo que seria em vão
e
foi nessa tentativa de fugir que
me perdi de vez.
- ou teria eu me encontrado?
Oh, não! me perdi...
me perdi de vez
em você
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Por onde é que eu poderia começar? Pelo começo? Mas não
seria essa uma resposta meio óbvia ? E o óbvio, o certo, nunca me encantou. Começar,
então. Não sei ao certo o que é que quero dizer. Se é que quero. Espera aí...
Talvez queira sim... Será? Não, não sei se devo. Às vezes pode ser dito, outras
não. Não sei o que espera de mim, se é que espera alguma coisa. Creio fielmente
que não espera nada. Eu esperei. O tempo não foi suficiente e continuo
esperando. Já ando com medo. Será que posso falar? Eu não sei. É difícil essa
decisão. Ah, não. Não olhe para mim com esses seus olhos, isso já é covardia.
Eu sei, eu sei... Você não é Capitu. Mas esses seus olhos de ressaca me
hipnotizam e estou prestes a dizer aquilo que não devo. Ou Devo? Oh, mas é
claro que não. Você ainda não está preparada para tal revelação. Digo ou não
digo? Eis a questão. Sabe, é melhor você esperar mais um pouquinho. Vai ser
melhor assim, acredite. Talvez até já saiba e finge não saber esperando que eu
conte aquilo que não sei de devo contar acreditando que seja melhor guardar em
segredo até o momento adequado que não é este, mas que poderia ser se eu não
fosse tão indecisa. Não! Está decidido que não vou falar nada. Sei da sua
curiosidade. Mas nada posso fazer para te ajudar. Minha decisão está tomada. E
de tanto que tomei já me embriaguei. Ficarei por aqui mesmo, pois embriagada
como estou não posso seguir nessa prosa. Vou estacionando. E estacionada aqui
ficarei até achar doses de coragem para, quem sabe, no próximo porre seguir e
rasgar o verbo.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Só queria fazer um poema
que falasse de nós.
Mas estão tão embaraçados
os nós
que antes de tentar
desisto
de nós.
que falasse de nós.
Mas estão tão embaraçados
os nós
que antes de tentar
desisto
de nós.
É tão forte
que palavra nenhuma
define
esse cigarro que você fuma
agora
Ciúmes
Sinto ciúmes deste cigarro
que você fuma tão distraidamente
Ana C.
Eu
sou a Menina que espera a volta do Pássaro. Não. Não vou prendê-lo numa gaiola.
Porque Rubem Alves ensinou que para que o Encanto não morra é preciso deixar
que o Pássaro voe. Voe livre. Saudade? Ah, saudade vou sentir. Mas não importa,
ela torna tudo mais bonito e colorido. Tanto eu, a Menina, quanto o Pássaro.
Pode ser que eu chore. Pode. Mas quero mesmo é sorrir, lembrando das antigas
histórias e esperando a volta do Pássaro com canções mais belas. Não tenho
pressa. Ainda não tenho. Vou me enfeitar para ele, pois “pode ser que ele volte
hoje. Nunca se sabe.” Só desejo a você, meu Pássaro, que onde quer que você
esteja voando, que seja um voo feliz. Que as mais belas paisagens encham seus
lindos olhos. E lembre-se, de vez em quando – não precisa ser sempre - que tem
uma Menina que te espera.
“Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que a qualquer momento ele pode voar.” - Rubem Alves
terça-feira, 16 de abril de 2013
Eu queria dizer
que você não me entende
mas você não entende
O quanto é difícil
dizer
que você não me entende
Quando o que eu mais quero
é que você entenda
que eu sou só
você.
Rabiscos
Se tenho ou sou
rabiscos
Riscados de mim
do aveso ao inverso
Rabiscos só
Sou
rabiscos.
Se tenho ou sou
rabiscos
Riscados de mim
do aveso ao inverso
Rabiscos só
Sou
rabiscos.
O amor é uma doidera
que te faz ficar de bobeira
Mas não me faço
desentendito
Sigo firme marchando
Senti-do!
que te faz ficar de bobeira
Mas não me faço
desentendito
Sigo firme marchando
Senti-do!
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