terça-feira, 29 de outubro de 2013

Paro por alguns segundos... Respiro.
Respiro fundo...
coração palpita.
Você passa:
cabelos negros
o céu em seus olhos - brilha
irradia a passagem
um sorriso discreto
                             no canto da boca
lábios vermelhos

Meu coração por alguns segundos para
Suspiro.
Você passa 
e nem nota  
                              a onda que cai.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

feriado
sua sala
teu segredo
meu desejo

ai, que vontade! 




e no invento
nada invento:
recrio
não copio!
reinvento.
da criação
feita:
refaço.
pego o conto
e aumento meu ponto
.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Aos 16 já queria desistir
questionadora, inquietante
ninguém respondeu sou locura
ninguém soube decifrar-te 
não houve tempo!
foi rápido, relâmpago
a folha branca fez-te vários convites
a janela: um
Fostes. Partiu.
a loura donzela, Ana Cristina,
foi um fenômeno mor
num lapso sutil de três décadas 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Desconstruída. Assim que me sinto ultimamente: desconstruída.
Todas as minhas crenças e ideologias se desfizeram e se amontoaram num canto qualquer me esperando.
Me esperando escolher com quais devo continuar e quais deixarei pelo caminho. É que percebi, que para continuar minha travessia era preciso esvaziar um pouco a mochila. Tirar um pouco do convencionalismo, jogar fora alguns rótulos (ou todos) que já não servem para nada.
É preciso aliviar a carga, senão o burro empaca.
Mas como é difícil se livrar dessa bagagem. Tudo aqui tem um pouquinho de mim. Tudo isso que levei anos juntando, guardando, que me fizeram ser o que sou. Agora preciso escolher o que levar e o que deixar.
Eu queria deixar a insegurança, o medo, o orgulho, parte da rebeldia – porque essa até gosto um cadinho.
Para levar eu queria a coragem, a firmeza, a auto-estima (porque essa é fundamental). Amor?! Esse eu ainda pretendo encontrar. Não sei onde foi que ele se meteu.
A felicidade me acompanha. Por vezes se cansa e eu sigo sozinha. Aí ela se ajeita, pega carona e logo mais na frente a gente se encontra de novo. É assim que a gente faz.
Às vezes também me canso, mas não posso parar. Talvez se encontrasse o amor ele poderia me dar uma carona. Quem sabe?!Eu é que não.




segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sempre achei que poesia fosse uma espécie de texto-poema pela metade. 
Coisa que não necessita de meias-voltas e explicações. 
Ela termina no meio já dado como fim. E te arrebenta. Por ser tão violenta como uma tempestade, que chega sem avisar e passa levando tudo, deixando apenas os estragos para que você possa lembrar que a força não está no tempo, mas na intensidade com que passa.
Há tanta coisa presa em mim. Tanta coisa torpe e tanta coisa linda. Tanta coisa sua. Tanto seu em mim. 
Há tanta coisa solta em nós. Tanta coisa nós e tanto desatar. Tanta coisa nossa. 

Tanto querer.

Já nem sei mais se sou sem você. Não sei mais se sou. 
Não me lembro de ter sido antes de você. Não lembro mais de mim. 
Não me reconheço sem você. Não me reconheço em mim.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

É tão difícil suportar a facilidade que você tem em me ignorar.
É tão difícil ignorar a sua dificuldade em me suportar.
É tão insuportável te ignorar. 
O que era passou
Correu
Fugiu
Veio maneiro e pesou
Furou
Vazou
A   
  c   b  
    a  o  
       u