A maneira como me encarava
disfarçadamente
E o jeito disfarçado
quando me olhava
de canto
ainda me lembro dos seus olhos me fitando.

Sempre achei que poesia fosse uma espécie de texto-poema pela metade. Coisa que não necessita de meias-voltas e explicações. Ela termina no meio já dado como fim. E te arrebenta. Por ser tão violenta como uma tempestade, que chega sem avisar e passa levando tudo, deixando apenas os estragos para que você possa lembrar que a força não está no tempo, mas na intensidade com que passa.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Agosto. Muito vento.
vem paixão sobe calor
passa você e o seu amor.
Setembro. Ainda me lembro
os ipês seu apê
a orquídea roxa.
despetalou-me.
vem paixão sobe calor
passa você e o seu amor.
Setembro. Ainda me lembro
os ipês seu apê
a orquídea roxa.
despetalou-me.
domingo, 10 de novembro de 2013
Acho que agora entendo a paixão de Bentinho pelos olhos de Capitu.
Quando olho em seus olhos é como se as ondas me envolvessem e me levassem para dentro do mar. E depois, na ressaca, cuspi-me para fora.
Seus olhos é o mar que me afoga.
Quando olho em seus olhos é como se as ondas me envolvessem e me levassem para dentro do mar. E depois, na ressaca, cuspi-me para fora.
Seus olhos é o mar que me afoga.
Olá, minha flor do sertão das gerais. Como vai? A pé? A galope? Como pluma ao vento?
Eu não vou. Não sei, talvez esteja indo, mas ainda não sei como. É como se estive em um túnel escuro e não conseguisse enxergar a luz.
Te liguei mais cedo, mas só para variar, você não atendeu. Isso não me surpreende mais. Nem me preocupa também. Sei que falei com você ao telefone ontem, mas era diferente. Precisava prosear, porque estava tomando café, e como você mesma me ensinou, café é bão mesmo com prosa.
Hoje minha necessidade era outra. Precisava conversar. Falar das coisas que me afligem, que me entristece a alma. Estou triste sim. Uma tristeza profunda. Uma angústia no peito, vontade de fugir. Fugir de mim mesma. Preciso tirar férias de mim. Acho que é isso.
Ontem a noite chegou trazendo um nevoeiro de lembranças. Estava toda saudosa e eu muito deprimida, encolhida na minha solidão deixei que ela entrasse e juntas nos sentamos e ficamos a espera dos raios do sol. E agora aqui estou. Ainda com todas as lembranças que a noite me trouxe e cheia de saudade.
Lembrei-me de você e do Rubem, que sempre falam da saudade como algo lindo. E com vocês aprendi a ver sua beleza. Coisa mais engraçada é que quando estamos envolvidos por ela só nos lembramos das coisas boas, dos bons momentos. A saudade, como diz Rubem Alves, põe Encanto nas pessoas.
Começo a imaginar que minha menina, o meu pássaro, está ficando mais Encantado. É assim que funciona, não é?
Mas como dói. Como dói.
Mas saudade enquanto na distância entre duas cidades, dois países, dois continentes, é menos dolorida. A gente sabe que vai voltar, e que vamos nos ver, e contaremos as histórias, e iremos nos despedir novamente e fazer tudo de novo. E as despedidas serão sempre tristes e as chegadas, tão esperadas, sempre alegres.
O que dói de verdade é quando sentimos saudade da pessoa que está ao nosso lado, que vemos todos os dias, que cumprimentamos, agora, secamente. Aquela pessoa que já foi sua confidente, que sabe dos seus segredos mais secretos, dos seus desejos mais perigosos, dos seus sonhos mais misteriosos.
Essa saudade não tem quem cure.
Eu não vou. Não sei, talvez esteja indo, mas ainda não sei como. É como se estive em um túnel escuro e não conseguisse enxergar a luz.
Te liguei mais cedo, mas só para variar, você não atendeu. Isso não me surpreende mais. Nem me preocupa também. Sei que falei com você ao telefone ontem, mas era diferente. Precisava prosear, porque estava tomando café, e como você mesma me ensinou, café é bão mesmo com prosa.
Hoje minha necessidade era outra. Precisava conversar. Falar das coisas que me afligem, que me entristece a alma. Estou triste sim. Uma tristeza profunda. Uma angústia no peito, vontade de fugir. Fugir de mim mesma. Preciso tirar férias de mim. Acho que é isso.
Ontem a noite chegou trazendo um nevoeiro de lembranças. Estava toda saudosa e eu muito deprimida, encolhida na minha solidão deixei que ela entrasse e juntas nos sentamos e ficamos a espera dos raios do sol. E agora aqui estou. Ainda com todas as lembranças que a noite me trouxe e cheia de saudade.
Lembrei-me de você e do Rubem, que sempre falam da saudade como algo lindo. E com vocês aprendi a ver sua beleza. Coisa mais engraçada é que quando estamos envolvidos por ela só nos lembramos das coisas boas, dos bons momentos. A saudade, como diz Rubem Alves, põe Encanto nas pessoas.
Começo a imaginar que minha menina, o meu pássaro, está ficando mais Encantado. É assim que funciona, não é?
Mas como dói. Como dói.
Mas saudade enquanto na distância entre duas cidades, dois países, dois continentes, é menos dolorida. A gente sabe que vai voltar, e que vamos nos ver, e contaremos as histórias, e iremos nos despedir novamente e fazer tudo de novo. E as despedidas serão sempre tristes e as chegadas, tão esperadas, sempre alegres.
O que dói de verdade é quando sentimos saudade da pessoa que está ao nosso lado, que vemos todos os dias, que cumprimentamos, agora, secamente. Aquela pessoa que já foi sua confidente, que sabe dos seus segredos mais secretos, dos seus desejos mais perigosos, dos seus sonhos mais misteriosos.
Essa saudade não tem quem cure.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Escrever cartas é a melhor maneira de ter um diário.
Diariamente escrevo-lhe cartas.
Nem sempre tu as recebes
mas escrevo-lhe diariamente todos os pensamentos que me tomam,
todos os desejos que me invadem.
Todo azul que me afoga
nessa distância.
Diariamente escrevo-lhe cartas.
Nem sempre tu as recebes
mas escrevo-lhe diariamente todos os pensamentos que me tomam,
todos os desejos que me invadem.
Todo azul que me afoga
nessa distância.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
O trânsito parou hoje para te ver passar.
Ou será que foi meu coração que parou?
-Foi o trânsito dentro de mim que congestionou
quando viu seus olhos passando tão distantes dos meus.
Ou será que foi meu coração que parou?
-Foi o trânsito dentro de mim que congestionou
quando viu seus olhos passando tão distantes dos meus.
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