quarta-feira, 4 de setembro de 2013



Por onde é que eu poderia começar? Pelo começo? Mas não seria essa uma resposta meio óbvia ? E o óbvio, o certo, nunca me encantou. Começar, então. Não sei ao certo o que é que quero dizer. Se é que quero. Espera aí... Talvez queira sim... Será? Não, não sei se devo. Às vezes pode ser dito, outras não. Não sei o que espera de mim, se é que espera alguma coisa. Creio fielmente que não espera nada. Eu esperei. O tempo não foi suficiente e continuo esperando. Já ando com medo. Será que posso falar? Eu não sei. É difícil essa decisão. Ah, não. Não olhe para mim com esses seus olhos, isso já é covardia. Eu sei, eu sei... Você não é Capitu. Mas esses seus olhos de ressaca me hipnotizam e estou prestes a dizer aquilo que não devo. Ou Devo? Oh, mas é claro que não. Você ainda não está preparada para tal revelação. Digo ou não digo? Eis a questão. Sabe, é melhor você esperar mais um pouquinho. Vai ser melhor assim, acredite. Talvez até já saiba e finge não saber esperando que eu conte aquilo que não sei de devo contar acreditando que seja melhor guardar em segredo até o momento adequado que não é este, mas que poderia ser se eu não fosse tão indecisa. Não! Está decidido que não vou falar nada. Sei da sua curiosidade. Mas nada posso fazer para te ajudar. Minha decisão está tomada. E de tanto que tomei já me embriaguei. Ficarei por aqui mesmo, pois embriagada como estou não posso seguir nessa prosa. Vou estacionando. E estacionada aqui ficarei até achar doses de coragem para, quem sabe, no próximo porre seguir e rasgar o verbo.

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